Você Acredita na Justiça?


Segundo o publicitário Luís Grottera[1],a sociedade brasileira tem uma visão relativamente positiva em  relação a alguns pontos mas totalmente negativa em relação a outros. Ele cita:

"54% consideram que esse poder não tem nenhuma eficiência. Apenas 30% se recordam de ter utilizado os serviços da Justiça e, destes, 61% não têm nada a elogiar. Perguntados se conhecem algum exemplo de quando a justiça foi feita no Brasil, 42% não conseguem citar um único exemplo. Diante da questão ‘Para que serve a Justiça no Brasil?’ 26% responderam que ‘Para nada’ e 28% divagaram ou deram respostas equivocadas."
E completa:
"Diante de um quadro dessa gravidade, onde 86% afirmaram que ‘O Brasil é o país da impunidade’, podemos dizer que a nossa sociedade vive no limiar de rompimento do Estado de Direito, da total banalização dos direitos individuais e de um alarmante sentimento mínimo de cidadania."
Com base neste quadro resolvemos fazer uma pesquisa na internet com o intuito de tentar verificar se esta percepção se mantem. Apesar de não conter validade estatística, o resultado foi surpreendentemente negativo. A pergunta "Você acredita na justiça brasileira?" feita no site Yahoo Respostas [2] em abrill de 2012, teve 546 comentários sendo que destes, após uma filtragem, acabamos com 121 comentários onde 100 (82%)  não acreditam e 21 (18%) acreditam na justiça números estes que estão muito próximos do informado por  Luís Grottera. 

Analisando os comentários pode-se perceber claramente que as pessoas observam dois tipos de justiça no Brasil: a dos pobres e a dos ricos. Isto é um fato que não é novo e também não é exclusivo do Brasil. Grandes empresas e pessoas ricas mantém em seus quadros de funcionários corpos jurídicos ou tem acesso a advogados renomados, muitos ex-juristas ou até mesmos ex-ministros da justiça mas, os indivíduos menos abastados, devem recorrer ao profissional de "mercado"; Alguns poucos por indicação mas a grande maioria pelas "páginas amarelas".

A grande questão é que estes advogados "baratos", muitas vezes pela falta de renome ou reconhecimento de mercado, deixam a desejar na competência técnica, não garantindo assim, um julgamento justo ao seu cliente resultando em processos a perder de vista com 10, 15 e 20 anos, isto quando a parte menos abastada não desiste pelo cansaço. 



Fontes
1. Luís Grottera: O Judiciário Ausente na Mídia é um Risco para a Democracia. Cidadania e Justiça. Revista da Associação dos Magistrados Brasileiros - AMB. Ano 2/n.º 5, 2.º semestre, 1998. pp. 114-115.

2. Você Acredita na Justiça? http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20120412081313AAydSz7

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